No Turboway já falamos que 2023 está sendo um grande ano para os picapeiros. As marcas resolveram investir pesado e lançar produtos novos e també os que já existiam no exterior há décadas e resistiam em chegar aqui, como a Ford F-150, sucesso absoluto há 40 anos nos Estados Unidos.
E quais as marcas que estão no jogo, quais vão entrar e quais ficarão de fora? Contamos isso neste texto.
A Fiat continua líder absoluta na venda de picapes. A marca praticamente monopolizou o mercado de picapes pequenas com a Strada e no segmento das compactas nada de braçada com a Fiat Toro. A marca, porém, parece entender que não pode simplesmente deixar o barco navegar.
O que a marca prepara ainda para este ano? O lançamento de uma versão da Strada com motor turbo (o mesmo do Pulse e falamos dele aqui) será agora no meio do ano e o objetivo é claro: criar obstáculo para a nova Chevrolet Montana, que na versão mais barata custa o mesmo que a versão mais cara da Strada. Toro e Strada são produtos nacionais.
Ainda agora no meio do ano a Fiat dará um passo adiante tentando emplacar a Fiat Titano numa categoria em que a marca nunca navegou no Brasil. Vai concorrer com a líder da categoria, a Toyota Hilux e também com Chevrolet S10 e Ford Ranger.
A Titano será um rebagde da Peugeot Landtrek (foto: Peugeot/ divulgação)Aqui vale destacar: a picape da Fiat não é um produto específico da Fiat. Ela é um produto da Peugeot (um rebadge, portanto) que tem boa parte das peças fabricadas na China e aí é montada no Uruguai. Aqui ainda temos uma expectativa, a do preço que a Fiat vai dar para este produto. Vai ser muito difícil concorrer com produtos consagrados como os que já existem na categoria.
O motor da picape também ainda não foi divulgado pela Fiat. Segundo a Revista Quatro Rodas, é muito possível que receba o motor diesel da Fiat Ducato.
Ainda na área de picapes médias, a Stellantis atacará também com a RAM Rampage, uma picape nova que usa a mesma base da Fiat Toro e é fabricada na planta de Pernambuco da empresa.
A Rampage também concorrerá com S10 e Hilux e Ranger. Porém a Stellantis deve abusar da credibilidade da marca RAM para posicionar o produto entre as versões mais caras da concorrência. Agora em maio a marca trouxe ao país a RAM 1500, picape que está acima da Rampage e que vendeu 540 unidades em apenas uma noite.
A marca se prepara para promoções no segundo semestre com suas picapes importadas (2500 e 3500). É que elas receberão concorrência forte da Ford F-150 e da Chevrolet Silverado, que falamos logo abaixo. Todos esses produtos citados neste último parágrafo são importados.
A Ford investiu na sua fábrica argentina, a única que a empresa manteve na América do Sul. De lá vai sair a nova Ranger, que já é conhecida no exterior mas chegará agora por aqui.
A picape teve visual reformulado e também a plataforma, com o motor EcoBoost V6 de 2,7 litros. Também deve chegar a variante Raptor, com motor 3.0 e 405cv de potência. Essa última versão é que deve brigar com o novo produto da RAM.
Ford F-150Além da Ranger, a Ford ataca no jogo com a nova F-150, produto que ficou fora do portfólio da empresa até agora por aqui e que é o veículo mais vendido há anos nos Estados Unidos.
A negligência da Ford em passar todos esses anos sem a F-150 no Brasil foi em acreditar que o país não teria público para o mercado de picapes mais caras. Isso caiu por terra quando a RAM resolveu trazer as RAMs 2500 e 3500 ao país. Vendeu todas as unidades importadas em poucas horas e aí abriu o olho da concorrência.
Além da F-150 a empresa já está importando a picape Maverick híbrida. É a única picape híbrida no mercado brasileiro no momento. A Maverick já tinha versão a gasolina vendida aqui, mas não vende um volume relevante que possa tirar o sono da Fiat Toro, por exemplo.
A Maverick é importada do México, a F-150 é fabricada nos Estados Unidos e a Ranger é feita na Argentina.
A primeira a atacar este ano neste mercado foi a Chevrolet. Usou o programa de TV Big Brother para lançar a sua nova Montana. A Montana deixou de ser uma concorrente direta de Strada e Saveiro para mirar na Toro.
Acertou demais. Embora a picape seja um pouco menor que a Toro, ela foi posicionada em uma faixa de preços menor que a concorrente. E se apoia no sucesso que é o SUV Tracker, já que compartilha peças e também o estilo do veículo.
Outro lançamento da Chevrolet será a volta da picape Silverado. Ela concorrerá com a Ford F-150 e com as picapes maiores da RAM. A Silverado existe no mercado americano há décadas, já veio ao Brasil nos anos 90 e foi embora por falta de compradores. A Chevrolet só acordou que o país mudou do mesmo jeito que a Ford: observando a ousadia da RAM.
A Silverado é fabricada nos Estados Unidos e a Montana é feita no Brasil.
A marca japonesa segue tranquila com sua Hilux e colocou no mercado um produto um pouco diferente das concorrentes. Enquanto outras marcas associam a imagem dos produtos ao trabalho diário ou ao mundo sertanejo, a Toyota lançou esse ano uma versão esportiva de sua Hilux.
Recentemente o site sul-africano Carmag revelou que a marca prepara um projeto que eles chamaram de "baby Hilux", que seria uma concorrente no patamar da Fiat Toro. O produto estaria em estágio inicial de desenvolvimento.
Depois que Chevrolet e Ford anunciaram picapes grandes no Brasil para concorrer com a RAM, esperava-se que a Toyota anunciasse também a importação de seu produto na mesma categoria, a picape Tundra. Mas até o momento isso não aconteceu. Sem Tundra pelo momento, mas siga o Turboway e contaremos se isso mudar.
A Renault mantém no mercado a Oroch, a picape derivada da Duster, que sofre um pouco de preconceito pela sua primeira versão. Ela era sem graça e não tinha acessórios ou um motor que justificasse a troca de uma Toro por ela, por exemplo.
A Oroch é um produto nacional e tem agora como concorrente também a Chevrolet Montana e tem uma ótima versão 1.3 turbo, com o mesmo motor da nova Duster. Essa versão, porém, é mais cara que a versão mais equipada da nova Montana, o que assusta os compradores. As versões mais baratas da Oroch continuam com o motor antigo.
Outra carta que a Renault tem na manga é a picape Alaskan, que é produzida na Argentina já há algum tempo e não apareceu e nem há planos conhecidos pela imprensa automotiva de chegar por aqui. O site Motor1, porém, já publicou que ao menos que a hipótese não é descartada pelos executivos da marca.
A GWM (Great Wall Motors) prepara a chegada de sua picape Poer ao Brasil. Será uma picape híbrida, a primeira a ser fabricada por aqui. Porém só chegará em 2024.
Um bom produto no mercado é a Nissan Frontier, que está no mercado com nova versão. A Nissan tem feito promoções agressivas para que a picape decole nas vendas. Na esteira da Nissan a Mitsubishi (que faz parte da mesma aliança) prepara uma renovação da L200 com base no projeto da Frontier. Outro projeto da marca que ainda não tem qualquer confirmação para o Brasil, onde a marca está presente por meio de uma parceria com um grupo nacional.
A Volkswagen vai lançar ainda em 2023 uma nova versão da Saveiro que terá apenas mudanças visuais e falamos disso aqui. É uma tentativa de dar fôlego para o único produto herdeiro do Gol em fabricação para concorrer com Strada e Montana. Missão difícil demais!
Ainda na Volks a marca prepara alterações na Amarok, mas a curto prazo não teremos nenhuma mudança radical. A nova Amarok que já é fabricada na África do Sul não será importada de lá ao Brasil, pois isso faria o produto chegar muito caro aqui. No entanto, a Volks segue em conversa com a Ford, já que a nova Amarok é uma parceria. Um projeto irmão da Ford Ranger.
A Amarok atual é fabricada na Argentina e a Saveiro é fabricada no Brasil.
