A fábrica do grupo Volkswagen na Bélgica é responsável por vários momentos históricos da Volkswagen. Ela foi inaugurada em 1949 e foi responsável por construir Fuscas, Porsches e atualmente é conhecida por ser o marco zero da eletrificação da linha da Audi. Em 2024 foi cogitado o encerramento de suas atividades devido à uma crise nos planos para os carros elétricos do grupo (leia aqui).
Nos anos 50 a unidade de Bruxelas produziu modelos de várias marcas. É que a fábrica nasceu controlada por um empresário local chamado Pierre D'leteren que adquiriu licenças de outras marcas, um movimento que era muito comum naquela época também no Brasil: indústrias locais se juntavam aos grandes grupos para espalhar os modelos pelo mundo.
Além da Volks a empresa produzia modelos da norte-americana Studebaker. Dois modelos Volks que foram produzidos por anos ali a partir de 1954 foram o Fusca, a Kombi e o Kharmann Ghia. O Porsche 356 teve sua produção iniciada em 1961.
Localizada na capital da Bélgica, a unidade está integrada à paisagem urbana da cidade e seu potencial chamou a atenção do grupo alemão (a Bélgica é um país vizinho à Alemanha).
Em 1970 a Volks assumiu de vez a fábrica e modernizou a unidade para produzir o Passat. O dono anterior da fábrica continuou sendo parceiro da marca alemã e mantém até hoje várias concessionárias das marcas do grupo na Bélgica.
Na década de 80 outro ícone do grupo alemão começou a ser feito nesta fábrica: o Golf. Acontece uma ampliação com a compra pela Volkswagen de um prédio vizinho que pertencia à Citroën.
Nos anos 90 a indústria passa a produzir modelos da Seat, braço espanhol da Volkswagen. Aí começam a sair de Bruxelas os modelos Seat Arosa e o irmão gêmeo Volkswagen Lupo. Não tivemos nenhum dos dois com importação oficial no Brasil.
A mudança para a Audi começa nos anos 2000. O Audi A3 começa a ser produzido em 2004 e em 2006 começa a ser produzido o Volkswagen Polo. Em 2006 a fábrica tinha 5.300 funcionários e produziu 179 mil veículos. Neste ano a empresa enfrentou resistência do Sindicato local. É que a Audi iniciou uma modernização da linha e isso incluiria demissões. O Sindicato fez porte pressão para a manutenção dos postos de trabalho e a Volks chegou a cogitar encerrar a unidade, o que não aconteceu.
A Audi assume de vez o controle da fábrica em 2007. A mudança incluiu novos robôs e um novo centro de pesquisas e produção. Apesar da Audi no comando, continuam saindo modelos Volkswagen da unidade, como o Golf.
Em 2010 começou a ser produzido ali o Audi A1, que foi importado ao Brasil.
A eletrificação começou em 2018, quando a fábrica foi chamada pelo grupo de "o berço do Audi elétrico". O Audi Q8 e-tron é um cartão de visitas da fábrica, que está no centro da estratégia da Volks para ter uma linha 100% elétrica no mercado de luxo.
